Ansiedade e frustração são alguns dos sentimentos que nos brotam no peito quando começamos a cavar fundo em busca do que nos maltrata. São tão desconfortáveis, que tem gente que para por aí e nem chega ao alívio da resolução. Você pode ter experimentado estes sentimentos ao fazer os exercícios propostos nas duas newsletters passadas. Para mim, o processo foi (e continua sendo) dolorido também. Se não o fez, volte aqui e o faça, é importante! :)
A má notícia é que não há pílula mágica: você vai ter que arregaçar as mangas e fazer o trabalho sujo do autoconhecimento. Nunca é fácil, agradável, ou bonito. Se alguém o demonstra assim, provavelmente está fazendo errado.
A boa notícia é que você tem aí na sua mão (agora mesmo, pode até olhar!) uma ferramenta poderosa — a mais poderosa e importante de todas — para esta missão. Vem comigo, que eu explico.
Como te contei na newsletter passada, encontrei no excesso de trabalho o grande vilão para o esgotamento mental, emocional e consequente quadro de burnout. Eu passei um longo período com um descontentamento generalizado que era mais forte do que eu. O copinho cheio pelo trabalho fazia com que tudo se tornasse um grande drama, um problema que existia para me prejudicar. A cozinha, o vizinho, os convites, as pessoas no geral. Foi quando redescobri — e coloquei em ação — esta ferramenta mágica:
De um dia para o outro eu não conseguiria reduzir a carga de trabalho, tornar minha cozinha fisicamente maior ou calar o vizinho. Mas havia sim, coisas que eu poderia fazer como passo número um, que antecederiam o passo número dois, e assim por diante, que conseguiriam atenuar os problemas e apaziguar meu descontentamento.
Em relação ao trabalho, entendi que não adiantava pisar no acelerador para crescer minha empresa de forma rápida, se o crescimento fosse inversamente proporcional ao meu preparo mental para tanto. A partir disso, reduzi expectativas de receita e de crescimento, listei os pontos críticos e circulei em quais eu poderia trabalhar naquele momento mesmo. A cozinha recebeu um móvel de apoio novo e a sala recebeu outro, que não resolveram o problema por completo, mas já representaram uma melhora significativa. Em relação ao vizinho, bom, além das reclamações, eu o coloquei nos meus pensamentos, para que ganhasse noção de coletivo.
Sua vez:
De tudo que você listou no último exercício, circule os pontos críticos: aqueles problemas que, quando reduzidos, mesmo que um pouco, trarão alguma melhora de vida, mesmo que seja pequena. Dentre os pontos críticos, quais ações estão no seu controle? O que pode ser feito, por menor que seja, com o que você tem disponível no momento? Qual é o próximo passo?
A gente costuma congelar quando olhamos para tudo que precisa ser feito. Foque apenas no próximo passo.
Um aviso: este exercício não funcionará se você quiser atacar várias frentes ao mesmo tempo. Escolha um problema por vez.
Um lembrete importante!
Não conseguimos trabalhar as questões da mente, enquanto o corpo está em sofrimento. Autoconhecimento começa por um corpo saudável. Conheça meu curso online Rotina Saudável com Ayurveda vida real e o Guia prático - Detox Ayurvédico (inscrições vão até o dia 10 de outubro, não deixe para depois).
Uma táti.ca para viver melhor:
Por aqui estamos colocando energia e tempo (um dinheirinho também) em nosso apartamento alugado, na esperança de conseguirmos nos apaixonar por ele. Queremos fazer — de forma meio atrasada, mas antes tarde, que mais tarde — com que ele nos abrace como um lar de verdade deve fazer. Ele tem potenciais nunca explorados por nós, pois eu estou sempre na correria de trabalho, e aconchego através da decoração não é uma prioridade para o meu marido. Ele nem liga, mas embarcou no projeto comigo. Nada como a vida de recém-casados, não é? :)
E aí, do seu lado? Quais coisas, situações ou pessoas já aqueceram o seu coração, ou poderiam fazê-lo, mas nunca receberam sua atenção para tanto? Ou aquele amor que esfriou com os atropelos da vida? Quais novas-antigas paixões você pode convidar novamente para sua vida? O seu atual relacionamento amoroso, o curso que você está fazendo para melhorar o currículo, um cantinho na sua casa e até a sua relação consigo mesma.
Conta para mim aqui embaixo, para continuarmos o papo.
Faça um bom fim de semana.
Beijos, e até a próxima sexta-feira :)
Nossa! Me identifiquei totalmente com o trecho que você diz que "tudo virou um drama", coisas simples... Às vezes fico pensando de não estou com bornout
Tati, que texto necessário! Na verdade, "a trilogia" vamos dizer assim.. esse e os últimos!
Compartilho contigo um quadro de burnout, e estou nesse processo dolorido de autoconhecimento..percebi que eu não tinha nenhum problema catastrófico para gerenciar, e sim o meu "alarme" estava desregulado pelos excessos, que encobriam faltas. Obrigada por compartilhar o seu exercício. Com toda certeza o farei! E aproveito p/ compartilhar uma dica de livro "mão na massa" também, com exercícios como o proposto por você: Uma mente em paz, de Byron Katie. Grande beijo e obrigada por compartilhar tanto! Você tem o dom de comunicar-se incrivelmente bem!