No meu fone, enquanto escrevo esta edição:
Há alguns meses vi no Instagram o vídeo de uma mulher que é a primeira de sua família a morar sozinha. Ela fala que, na sua linhagem, ela é a primeira a pagar suas contas sem depender dos pais ou de um marido; na minha, eu sou essa mulher. A minha vida sempre foi tão intensa, cheia de novidades e projetos, que nunca havia me dado conta disso.
Eu sou a primeira mulher a criar negócios, a abrir e fechar empresas, a alugar um carro em outro estado, a negociar e alugar seus apartamentos, a comprar mobília, a ter encontros casuais, a dormir na casa do namorado, a trocar de namorado, a matricular-se em cursos, a viajar para um outro continente num ano sabático, e a criar uma carreira que fomente o estilo de vida desejado. Eu sou a primeira mulher que pode escolher, sem precisar pedir permissão ou o dinheiro de ninguém. Um orgulho.
Um homem jamais conhecerá a sensação que minhas antepassadas sentiram. Um homem não tem medo de ver ameaçados seus direitos recentemente conquistados.
É no dia mais comum, quando estou sentada na minha varanda observando a paisagem, que me sinto mais viva. Eu estou onde quero estar, fazendo o que eu quero fazer. Um privilégio.
Como viveram minha mãe, avó e todas as mulheres que vieram antes delas? Elas sentiram falta de se apropriarem de suas próprias vidas, ou uma pessoa não consegue sentir falta do que nunca conheceu?
Sinto-me quase que com a obrigação de fazer algo grandioso da minha vida, mesmo sabendo que escolher já suficientemente grandioso.
Novas Táti.cas para criadoras de conteúdo e autônomas
Não sei se você viu, mas nessa edição anterior eu mencionei algumas das dificuldades que sempre enfrentei sendo uma criadora de conteúdo que mora a um oceano de distância da sua audiência e clientes. Estou partindo para um novo projeto.
Quero usar tudo o que aprendi vendendo meus serviços e cursos online para ajudar profissionais autônomos que querem fazer o mesmo, e transformar seus projetos profissionais em realidade. Se você é autônoma, freelancer ou quer ter uma carreira em paralelo ao seu trabalho fixo, conheça o Tati’s Tactics.
"Sinto-me quase que com a obrigação de fazer algo grandioso da minha vida, mesmo sabendo que escolher já suficientemente grandioso"
Por muitos anos, eu senti isso como uma pressão imensa para ser diferente e fazer diferente das mulheres da minha família. Ao mesmo tempo, eu sinto que corresponder a esse papel de "outsider" do sistema familiar é quase que insustentável... Sem falar nas vezes em que isso me afastou do meu real desejo de ser mãe e maternar de forma mais intensa, porque "minha avó e minha mãe esperavam algo diferente de mim"...
A minha ficha acabou de cair de que sim, eu também sou a primeira. Um misto de gratidão e orgulho. Poder escolher é maravilhoso.