#101: Esqueça tudo que já te disse sobre envelhecimento; eu tô apavorada!
+ O que tenho feito para navegar os 39 anos
Já começo avisando: vou pesar o clima.
Mas como boa Caprica Pittona, venho com táticas. Eu reclamo, mas eu executo!
Em outubro do ano passado, enterramos meu sogro, de 78 anos.
Acompanhar o definhamento do seu corpo por longos 10 meses foi mais puxado do que eu tinha roteirizado na minha cabeça.
Ele se foi e, pra mim, parecia que uma tarefa tinha sido concluída. Minha mente funciona como uma grande lista de afazeres: eu vivo, dou check. Vivo, dou check. E sigo. Cada doido com sua mania.
“Ok, agora a vida volta ao normal.”
Mas aí veio o luto da minha sogra — que obviamente segue vigente.



Aí também tem o meu padrasto, de 82, que no começo deste ano caiu de cama, e lá ficou.
E tem minha avó, de 92, que já estava se despedindo faz tempo… e que partiu hoje, quarta-feira, bem no intervalo entre eu escrever o rascunho e editar este texto.
É como se, desde dezembro de 2023, quando o diagnóstico do meu sogro chegou, minha vida estivesse patrocinada por doença e morte.
💫 Mas estes eventos não são sobre mim. 💫



O que É sim sobre mim é que eu tô sendo acompanhada por uma cardiologista, porque desenvolvi um probleminha benigno de ritmo cardíaco. Não é doença, não é nada grave. Mas é mais uma “coisa” a mais na minha lista de tarefas. Aff.
Além disso, estou tentando entender esse corpo de 39 anos, que já avista a perimenopausa lá longe no horizonte.
Meu metabolismo tá mais lento que tartaruga manca.
Os últimos 4 quilos (dos muitos) ganhos durante o burnout resolveram abrir um Airbnb permanente.
Faço exercício quase todo dia, mexi na alimentação, bebo muita água.
Nada.
Cabelos brancos amostrados sem cerimônia.
Bochechas em queda livre.
Lipedema piorando a cada ano que passa.
Te falei que tô comendo direitinho, bebendo água, me exercitando? Pois!



E aí eu estou achando que envelhecer é uma grande merda. Eu tô literalmente vendo o tempo passar. A finitude da vida se esfregando na minha cara.
“Ah, mas envelhecer é um privilégio.”
Tá bom, só envelhece quem tá vivo. E sim, prefiro estar aqui reclamando do que morta. Mas, honestamente, envelhecer está com um gosto mais amargo do que eu imaginava.
Sinto que esses últimos anos — entre o burnout e o hoje — foram um hiato, um limbo. Não construí nada de significativo. E eu pre-ci-so construir, se não, eu surto, como você já sabe.
Tenho 39 anos, recomeçando uma terceira carreira, morando de aluguel, sem reserva pra aposentadoria, sem reserva pra comprar um teto.
Isso me apavora; eu já não tenho mais aquele pique de vinte e poucos anos.
Mas é aquilo: eu não sei como, mas sei que vou dar um jeito.
Seguimos?



Minhas obsessões táticas atuais pra atravessar tudo isso com o mínimo de dignidade:
Atividade física em casa mesmo, com app.
Whey protein e colágeno hidrolizado. Sim, eu caí nessa.
Comida de sempre, feita em casa, respeitando o clima e cheia de especiarias.
Fibra? Obcecada. Meta: mínimo de 25g por dia e trabalhando para aumentar!
Macros controlados. Não sou noiada do emagrecimento, mas peso os alimentos pra garantir proteína e fibra. O Agni que lute.
Trabalho em horários normais, tiro folgas, acordo sem despertador (mas, mesmo assim, acordo sozinha às 6h30 — até nos domingos, como jovem senhora que sou).
500 mg de Shatavari de manhã, há meses. Erva ayurvédica boa pra nós, mulheres entrando na fase Vata da vida. (Não é publi. Não é recomendação. Quer saber mais? Pergunta pra sua gineco. Te falei que não atuo mais como terapeuta, né?)
Acompanhamento médico de perto. Visito a minha médica/amiga Dra. Renata Cortella a cada 8 meses pra ajustar suplementações e manter a máquina funcionando. Nunca estive tão bem! Segue ela aqui!
Skincare coreana virou minha nova religião. E protetor solar. Quem me viu, quem me vê.
Do outro lado do oceano…
Passei o último fim de semana em Amsterdam. Que cidade querida!
Nunca tinha ido, apesar de ser aqui do lado. Mas eu não fui para conhecer a cidade não; fui para ver ao vivo a minha banda favorita: Nine Inch Nails!
Eu era uma pré-adolescente de uns 12 anos quando vi, na MTV Brasil, o lançamento de The perfect drug e fiquei: 🤯🤯🤯
Veja, eu venho de família pobre. Minha mãe nunca tirou férias do seu trabalho autônomo — e isso não é força de expressão. Sou filha de pais separados e pai alcoólatra.
A primeira vez que andei de avião foi a trabalho. Então, tem coisas que, pra mim, têm um gosto muito especial.


Comecei este texto na fossa e terminei parecendo guru motivacional: “tudo o que tiver de ser, será”.
Mas é isso. No fim, tudo vai dar certo. (Ou a gente finge até atingir!)
Bisous,
Até a próxima semana,
Tati
Oooiii…
Amei o seu texto… vai servir de ajuda pra muitas de nós. Entrei nesse processo tem alguns anos. Quando fiz 15, sonhava com os trinta ( achava que era a idade mágica… De repente 30 total😂)… a vida vai acontecer… e não foi o que sonhei!!! Nem bom nem ruim, só não foi!!! Surtei na véspera dos 40( com direito a ligação desesperada pra terapeuta na véspera)… Mas a vida já estava mais parecida com o que planejei!!! E hoje, mais próxima do 49… vejo que o principal é ESTAR VIVA!!!! O peso subiu, o cabelo antes cheio e castanho hoje está mais ralo, com os brancos brigando pra tomar conta de toda área… mil atribuições, brigas pra manter os pratinhos rodando ( e óbvio, tem prato caindo a todo momento)… mas consigo ver beleza no caos. Quando converso com a minha mãe, vejo o quanto nós estamos enfrentando esse momento com muito mais “estratégias”… temos mais informações, mais remédios, suplementos, e o principal… nos mostramos mais!!! Minha mãe nunca falou sobre a menopausa dela… e eu falo o tempo todo!!! Troco experiências com ela… que não trocou com ninguém.
Então, obrigada pelo seu texto!!! Pode ter certeza que vai fortalecer muitas… Como a mim!!!! Fique bem!!!🙏🏽🙏🏽🙏🏽🙏🏽
Caprica, caprica do meu coração! Acredita na tia véia: você ainda vai entrar na melhor década da vida da mulher! 😍