5 minutos para ler esta mensagem e relembrar uma ferramenta poderosa contra a autocobrança.
Se você está acompanhando a minha saga para gestão do estresse e recuperação do burnout, hoje eu trago uma nova ferramenta que aprendi a usar na marra. Antes de continuar a leitura, é importante que você leia a edição anterior aqui, para que a mensagem de hoje faça sentido e não pareça aquele papo “gratiluz” do qual você sabe que não gosto.
Em resposta a uma das newsletters passadas, uma leitora comentou que já estava fazendo o exercício proposto, mas sua lista de insatisfações era muito grande. A minha também era, e assim continua. Afinal, o desejo é a prisão do ser humano.
O caminho que venho trilhando — e a resposta que dei à essa leitora — consiste em focar nas insatisfações escancaradas, aquelas que são verbalizadas todos os dias. Como era a cozinha para mim, sabe? Ao pegar o papel e caneta, quantas insatisfações você conseguiu listar instantaneamente? Duas, três, quando muito, quatro? O ponto aqui é focar nos primeiríssimos pontos que a mão escreveu e voltar ao exercício da newsletter anterior.
E quanto ao problema de número cinco em diante? Pois bem, aqui é onde entra a ferramenta que você já conhece, mas não usa.
O tempo!
Trago exemplos pessoais de como pude ver o poder do tempo bem diante dos meus olhos.
Eu engordei cerca de 6 quilos entre pandemia e burnout. Isso me incomodava bastante, pois além de estar com todas as calças apertadas, o peso extra me trouxe problemas que já estavam resolvidos na minha vida, como cansaço e desconfortos digestivos. Lidando com um burnout, você deve concordar que eu não tinha condições de contar calorias e de me privar do que ajudava a me amortecer, certo? Enquanto trabalhava na minha principal questão, o trabalho em si, fiz pequenos e fáceis ajustes (bem facinhos mesmo!) na alimentação e qualidade do sono, e assim enxuguei dois quilos. É pouco, mas representa um terço do total. Voltei a me sentir mais leve e melhor. Pronto, problema resolvido. Os quatro que restaram não estão incomodando, então saíram da lista de insatisfações. Percebe como eu quase não gastei energia com a questão do peso, e quando menos esperei, já não estava mais sentindo os desconfortos de antes?
Outro exemplo é a minha relação com o francês. O idioma, não o marido. Cheguei aqui em 2018, sabendo apenas falar “Bonjour!”. 2018 foi também o meu primeiro ano trabalhando como terapeuta Ayurveda, desbravando o universo digital, ganhando (pouco) em Real e vivendo em Euro. Como você me conhece, já sabe que o meu foco foi integralmente direcionado ao trabalho, pois eu precisava a qualquer custo aumentar a minha renda na nova profissão. O idioma ficou de lado, não era a prioridade número um. Mesmo tendo esta clareza, não conseguia conter a autocobrança de não ter um nível melhor, especialmente quando encontrava pessoas que não falavam inglês. Uma pandemia e um mínimo esforço depois, cá estou eu, com um bom nível intermediário, conseguindo inclusive aprender coisas novas já em francês e recorrendo cada vez menos ao inglês.
Sem eu me dar conta, o tempo eliminou os quilos e enfiou o idioma na minha cabeça. Eu foquei no problema maior, e isso não fez com que os demais problemas ficassem esperando numa fila, eles apenas foram se resolvendo, dissolvidos pelo tempo. Fazer as pazes com ele e deixá-lo se encarregar do que nos incomoda, quando possível, é também autocuidado e uma prova de amor próprio.
Um lembrete importante! Não conseguimos trabalhar as questões da mente, enquanto o corpo está em sofrimento. Autoconhecimento começa por um corpo saudável. Conheça meu curso online Rotina Saudável com Ayurveda vida real e o Guia prático - Detox Ayurvédico (inscrições vão até o dia 10 de outubro, não deixe para depois).
Termino de te escrever ouvindo Little wonder, de David Bowie, meu cantor preferido.
Faça um bom fim de semana!
Tati... não me canso de repetir... vc tem uma sabedoria incrível, uma sensibilidade...
Essa sua frase "Afinal, o desejo é a prisão do ser humano", foi demais!!!!
Nunca tinha pensado no desejo dessa forma... mas realmente é bem isso viu!
Beijos no coração!
Olá Táti, muito obrigada por mais esse texto. Suas palavras são alimento constante, de digestão necessária e importante. Nem sempre fácil! Que alma delicada. Agradeço sua generosidade.