Oi! 🙂
Quem me vê de fora, me julga uma pessoa realizadora. Afinal de contas, venho de família simples, fui criada da periferia de Santos, onde estudei em escola pública a vida inteira e hoje vejo a Torre Eiffel e o Rio Sena da janela do meu escritório e sacada. Filha de pai alcoólatra e avô violento, hoje sou casada com um homem incrível e que, há quase 5 anos, me trata como uma rainha. Nunca tive “paitrocínio” e nem “maridocínio”. A minha vida tomou uma forma que eu jamais imaginei. Não posso nem dizer que eu desenhei esta vida, pois eu jamais poderia imaginar a minha realidade atual. Foi tudo um misto de força realizadora e a sorte de estar na hora certa e no local certo.
Mas o que ninguém sabe é que toda essa força de realizar coisas tem um preço muito alto para mim. Com uma mente muito rajásica (acelerada), eu tenho a benção - e ao mesmo tempo, o tormento - da abundância de ideias. Estou o tempo inteiro criando coisas. Ideias de conteúdo, novos produtos, novos negócios, novas marcas, dentro e fora do meu nicho de bem-estar e Ayurveda. Eu tenho vontade de fazer tudo e me frustro por saber que eu simplesmente não vou conseguir, pois sou apenas uma pessoa. A abundância de ideias se torna tormento quando ficam pipocando em minha mente pontos a melhorar em algum projeto que eu esteja desenvolvendo naquele momento.
“Preciso estudar mais um tema para poder criar um novo tópico para a aula”. “Preciso fazer mais um curso antes de lançar o produto X.” “Não está bom o suficiente, ninguém vai confiar no meu trabalho”. São frases que minha mente (que mente) me fala com frequência. E aí eu paraliso. Procrastino até não poder mais e me atraso. Trabalho longas horas para compensar o tempo perdido, acordo cedo e durmo tarde. O meu corpo e mente sofrem.
A procrastinação não é, nem para a medicina moderna, e nem para o Ayurveda, um sinônimo de preguiça. Eu luto contra a procrastinação desde a época da faculdade de Arquitetura. Há anos venho investigando seus mecanismos e nada, nada mesmo, fez mais sentido, ou foi mais efetivo, do que entender o conceito de Dharma, propósito de vida, na visão do Ayurveda.
Um spoiler: Dharma não é algo que a gente busca. O seu Dharma já está aí bem no seu nariz, enquanto você está procurando a magia em outros lugares.
Mas voltando ao assunto, eu venho colhendo significativa melhora do meu mau hábito de procrastinar a partir deste ensinamento Védico.
Quando me percebo no início do ciclo da procrastinação, investigo qual é o desconforto que está no meu coração.
A procrastinação é um jeito da mente nos mostrar que algo que estamos tentando fazer, está desalinhado do que é importante para nossa essência, dos nossos valores inegociáveis.
Confesso que procrastinei bastante ao criar o meu novo programa de autoconhecimento, o A vida que eu desejo. Um misto de medo das minhas alunas terem me esquecido, após tanto tempo fora do instagram, e medo de não dar conta de um conteúdo tão profundo.
Mas eu vim com medo mesmo, e sinto que vai ser ótimo! Estou muito empolgada para as aulas ao vivo, quando vamos poder bater papo e abrir o coração sobre o tema proposto. Você estará comigo ao vivo? Se não puder, não tem problema, as aulas ficarão 2 anos gravadas.
Faça um excelente 2023!
Beijos,
Tati.
Respeite o texto, obrigado.tenha um ótimo dia
Me identifiquei muito com a procrastinação e a mente que não para! Estarei lá ao vivo!