Eu venho dormindo mal recentemente. Dormir nunca foi o meu forte: basta qualquer mínima agitação extra, para o sono ficar mais leve do que o habitual, eu passar a acordar durante a noite e ter dificuldade para pegar no sono novamente. Apesar de tudo, eu não fico cansada ao longo do dia e sigo acordando cedo naturalmente, mas sei que não estou no meu 100%. Desconfio do travesseiro, questão que será resolvida nos próximos dias, mas sei também que há uma enorme lição de casa que eu não tenho feito já há algum tempo.
A gente esqueceu que é bicho e desaprendeu de viver como ser humano.
Os horários de dormir, de acordar e de comer são condicionados a outras agendas que não ao nosso relógio biológico. Momento de repouso? Se não couber na agenda, fica sem se repousar. No geral, a gente não sabe falar “não” para os outros, impor limites, priorizar tarefas, poupar nossa energia, comer o que nos faz bem e no fim, a gente acha que o corpo dá conta, pois não há outra alternativa. Só que o corpo e a mente não dão conta e um dia o preço a pagar chega. A gente é sequestrada pela própria vida que criamos.
Quero me apropriar de mim.
Agora, que eu sou uma pessoa que tem um trabalho que não orbita o centro da própria vida, psicologicamente sinto que conseguirei estabelecer limites e voltar a ser mais minha. A AyurViva! passa assim a ser o escritório que eu vou somente quando há reunião. Desta forma, eu poderei estar menos conectada, pois a minha vida deixa de ser linha editorial. Tomei algumas medidas:
Nos últimos dias venho me desconectando dos eletrônicos um tempo maior antes de dormir, pois sim, eu andava, já há muito tempo, levando o celular para cama para rolar o feed até a hora que ele caísse na testa. Nada Ayurvédica, não é?
Desinstalei o Instagram do celular durante os dias de trabalho. Eu posso passar horas vendo fotos de cachorrinhos fofos! E assim, as tarefas se acumulam e eu me estresso.
Voltei a dar mais atenção à variedade de vegetais e frutas que como ao longo do dia, pois me percebi no piloto automático da praticidade.
Já há algum tempo eu venho estabelecendo outros limites na vida pessoal, poupando a minha energia e atenção. Num piscar de olhos, podemos ser absorvidas pelo caos alheio e por isso, é importante estar atenta a quem nos cerca.
Aquilo que suga a nossa energia, quando constante em nossas vidas, nos impede de recarregar. Muitas vezes o problema não é a quantidade de compromissos e tarefas, mas sim, a inexistência de atividades que nos abastecem.
Para algumas pessoas, o vilão que nos sequestra de nós mesmas é um chefe abusivo, a desorganização geral, um namorado (a) tóxico, o excesso de telas, uma amiga que faz comentários impróprios ou só traz problemas, a casa bagunçada, não saber priorizar tarefas ou ainda dizer “sim” demais. Cada um tem os seus.
Quando nos enxergamos e nos cuidamos como cuidamos de quem a gente ama, fica mais fácil se blindar destes vilões.
Eu me prometo:
Menos tempo conectada. Menos perda de tempo. Menos relações superficiais.
Mais descanso. Mais criatividade. Mais de mim para mim.
🙏🏽
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